Em que cor ou membro do corpo você vota?

Alguns teóricos afirmam que a democracia é um dos temas mais discutidos na Ciência Política. Isso porque a democracia é uma das grandes questões do mundo atual.

Para Neto (2011, p. 27) “há um consenso em torno da validade e legitimidade da democracia, contraposta a todas as formas de regimes não democráticos (...). Contudo, se a defesa da democracia é um consenso, o significado do que ela representa não é”.

Entretanto, não quero nesse momento abrir discussões sobre os vários significados da democracia. O que se pretende nesse exato momento é demonstrar a ausência dela em alguns municípios do Cariri Paraibano.

Em uma democracia, as pessoas têm o direito de se expressar e o dever de ser respeitado, algo que é garantido pela Constituição Brasileira. No entanto, observa-se que esses e outros direitos são negados em nome do poder absoluto, da ganância que torna as pessoas medíocres e irracionais.

Caso você participe de alguma roda de conversa por estas “bandas” de nossa região, notarás que em nenhum momento se discuti as pospostas de governo, e nem tampouco se realiza uma reflexão da atuação daqueles que já fizeram ou fazem parte da gestão pública. Os debates estão alicerçados na quantidade de motos ou de carros que estavam na carreata dos candidatos; de quem é amarelo ou vermelho; e de quem passou de um lado para outro.

Não há debates sobre as ações para melhoria da economia, das atividades sociais e principalmente educacionais. Não se falam em transparência, e tão pouco dos valores que entraram e foram gastos em ações relevantes para o desenvolvimento da sociedade.

A democracia é um conjunto de princípios e práticas que protegem a liberdade humana; é a institucionalização da liberdade. Mas, caso você resida por aqui, você corre o risco de ter sua liberdade roubada e sofrer por perseguições que anula sua condição humana, o que acaba fortalecendo esse crime que ainda simboliza os antigos currais eleitorais, que com o advento da modernização, receberam novas nomenclaturas, mas que continuam com a mesma função, alienar as pessoas e compra-las com objetos e “favores”.

Particularmente, me preocupo enquanto professor com situações tão asquerosas acontecendo como se fossem algo normal em nossa sociedade. E perceber que este processo atrofia a condição humana das pessoas, realmente nos dá um parâmetro de que a educação pouco está fazendo para reverter esta realidade, tendo em vista, que ela também esta mergulhada nesse mundo obscuro da politicagem. 

Referência: 

NETO, Ricardo Borges Gama. Minimalismo Schumpeteriano, Teoria econômica da democracia e escolha racional. Revista Sociologia e Política. v. 38, p.27-42, fev. 2011.

Programas Internacionais de Informação. O que é democracia? Princípios da Democracia. Departamento de Estados do EUA. Disponível em: <http://www.embaixada-americana.org.br/democracia/what.htm> Acessado em: 05 jul. 2012.

Até que ponto vai à responsabilidade do professor com o seu aluno?

Essa história de dizerem que professor é um pouco de palhaço, pai, mãe, psicólogo, psiquiatra e várias outras coisas ao mesmo tempo é uma forma de sobrecarregar o professor de responsabilidades que não fazem parte do seu ofício. Isso é importante que todos compreendam para que não sejamos confundidos com assistencialistas sociais, e que não se perca o foco de nossa verdadeira atividade que é a de construir e mediar conhecimentos com os nossos alunos.

Não podemos abarcar tarefas e nem a escola deve fazer isso, pois ao ultrapassarmos os limites de nossas obrigações, estaremos desrespeitando o direito e principalmente o dever dos profissionais e dos responsáveis em realizar o seu papel, seja qual ele for.

A escola deve transmitir informações, compartilhar conhecimentos e sensibilizar a comunidade para uma ação mais participativa, mostrando de forma transparente o que cada um deve fazer para o desenvolvimento de nossas crianças.

Estes processos além de libertar os sujeitos, os tornam mais conscientes de sua cidadania e consequentemente pessoas mais politizadas.

Tenhamos então bom senso em nossas ações e que todas elas sejam compartilhadas.