sexta-feira, 26 de julho de 2013

65ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência




A 65ª Reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência que acontece em Recife, no campus da Universidade Federal de Pernambuco entre os dias 21 a 26 de julho, é um evento que marca o encontro de estudantes e professores de todo o Brasil.  
Além disso, o estudante que participa das reuniões da SBPC tem a possibilidade de se socializar com cientistas de outras áreas, trocar experiências e vivências que possibilitam novas aprendizagens e novos olhares em torno de conceitos e temas.
Nesta reunião, apresentou-se dois trabalhos científicos, um sobre o brincar como instrumento de avaliação psicopedagógica na Educação Infantil e o outro sobre o ensino de sociologia em uma escola estadual de Monteiro, que teve como título: Educação e Sociologia: Relatos de uma docência precarizada. Todos os trabalhos foram construídos através de importantes parcerias, sendo o primeiro fruto de um estudo de caso que proporcionou o titulo de Psicopedagoga a Joana Raquel Lira Torres. O segundo fruto da disciplina de Laboratório de Prática e Pesquisa em Ciências Sociais II, ministrada pelos professores Paulo Cesar Diniz e Júnia Lima, feito por Jessica Fyama, Bruna Silvestre e Rafael de Farias Ferreira (eu).
Estar entre centenas de estudantes pesquisadores é uma sensação indescritível, que só um acadêmico reconhece e que acredito também, não consegue descrever. São momentos como esse que percebo o quanto não sabemos de nada, e, como o conhecimento é algo amplo e infinito.


domingo, 21 de julho de 2013

Reflexões sobre o filme: “Entre os muros da Escola”



             A educação não é um simples processo de intermediar conhecimento, mas sim, um processo educativo que tem como base as trocas de saberes. Um ponto importante nesse compartilhamento de conhecimento é a forma de como o mesmo ocorre. Nesse sentido as relações interpessoais se fazem necessárias para uma prática transformadora.
            Na relação em sala de aula o professor precisa saber fazer e, sobretudo, saber ser, entretanto, nota-se que as relações sociais estabelecidas atualmente, vem deteriorando a humanidade dos seres, o que acaba evidenciando a importância das relações interpessoais na formação cidadã.
        Essa formação vem com o principio de transforma a escola em um espaço de encontros que ocorrem em função do convívio entre pessoas de diferentes identidades, apesar de interligadas em um mesmo ambiente social e cultural.  Pois o que prevalece nas relações interpessoais é a igualdade perante as diferenças, é o respeito pelo o outro. Tendo em vista que quando não se parte deste principio de fraternidade, a sociedade rouba a essência humana, e ao cometer tal crime, destrói a vocação do sujeito em ser mais. Como afirma Freire (2005, p.32), ao defender uma educação libertadora: “a desumanização, que não verifica apenas nos que têm sua humanidade roubada, mas também, ainda que de forma diferente, nos que a roubam, é distorção da vocação de ser mais”.
            É por isso que o texto de Morais (2007) se baseia nos estudos de desenvolvimento interpessoais, portanto, no processo de interação humana, no chamado encontro social.
         Nessa conjuntura, ao desenvolver uma relação interpessoal libertadora, a humanidade distancia-se do que Freire (2005, p.33), afirma sobre aqueles que não reconhecem no outro a sua humanidade.

estes, que oprimem, exploram e violentam, em razão de seu poder, não podem ter, neste poder, a força de libertação dos oprimidos nem em si mesmo. Só o poder que nasça da debilidade dos oprimidos será suficientemente forte para libertar a ambos”. E sendo assim, “a “ordem”, social injusta é a fonte geradora, permanente, desta “generosidade” que se nutre da morte, do desalento e da miséria.

            Essa afirmação de Freire (2005) traduz uma educação descompromissada com o processo permanente de interação e um profissional que não tem em sua essência uma percepção acurada e realística das situações interpessoais e de habilidades específicas comportamentais que conduzem as consequências significativas no relacionamento duradouro, autêntico e satisfatório para as pessoas envolvidas.
            Além disso, como se pode observar na fala de Freire, a ausência das relações interpessoais gera uma falsa relação entre os indivíduos, o que o autor chama de “generosidade”, promovendo a reprodução de um sistema alienador e perverso que destrói os sentidos inerentes ao sujeito humano, comprometendo o seu desenvolvimento educacional, social e cultural pertencentes.
             Diante das reflexões aqui expostas, nota-se que o filme: “Entre os muros da escola”, nos evidencia que assumir tal concepção educativa, esta se tornando cada vez mais difícil, tendo em vista, as relações que vêm sendo constituídas na contemporaneidade. “Entre os muros da escola”, é um texto fílmico que evidencia o processo de precarização existente nas escolas e nas relações interpessoais que envolvem os atores escolares. A sua construção textual não parte de uma lição de vida e muito menos de uma história baseada em fatos reais, no qual, o professor mudou a vida dos alunos. O filme coloca para os telespectadores, a discussão dos problemas escolares fundamentado no campo da realidade social, ou seja, ele mostra um abismo que existe entre os indivíduos que por serem vistos como desiguais e não como diversos tornam-se estranhos e de natureza duvidosa como já descrevia Hobbes em seu livro “o Leviatã”.
Ambientado em uma escola pública, localizada na periferia de Paris, o filme retrata o cotidiano de uma turma, que se estivesse inserida no sistema educacional brasileiro, estaria cursando os anos finais do Ensino Fundamental.  Assistindo o filme pela primeira vez, o telespectador realiza a leitura de que o filme foca a relação dos alunos com o professor e os métodos utilizados por este para tentar contornar os inúmeros conflitos que surgem a todo instante. No entanto, o diretor do filme, o francês Laurent Cantet em entrevista a UOL (2009) ao responder o questionamento se o filme era sobre educação, afirma que:

Não, ele vai além disso. Atravessamos os muros da escola para falar da sociedade nos dias de hoje, das relações humanas, da noção de autoridade, não só através da figura do professor, e de como as pessoas se colocam diante dessa autoridade. O filme também aborda o fato de pertencer a uma comunidade. O que isso significa? Como crescemos? Como transitamos entre tantas culturas diferentes? São questões que não fazem parte apenas do universo escolar, apenas um microcosmo num contexto maior.”

Ao percorrer os espaços escolares e evidenciaras relações entre professores e alunos, observa-se o retrato atual de sucateamento que atingi as escolas públicas e as relações que ao invés de diminuir os contrates, reforçam as desigualdades sociais. 
Nota-se também, que o papel do professor ao longo do tempo foi vulgarizado, comprometendo a importância deste profissional para o desenvolvimento educacional. Além disso, percebe-se que os problemas sociais não resultam de uma cultura regional, sendo suas dimensões de ordem geral.
O processo educativo é uma atividade permeada de subjetividade, o que implica o estabelecimento de práticas educativas que enalteçam a diversidade e as trocas de experiências e vivências entre os indivíduos envolvidos. Nesse sentido “a educação deve contribuir para a autoformação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar cidadão” (MORIN, 2011, p.65).
Desta forma, analisa-se que o ponto chave do filme são os conflitos que as relações de intolerância entre as instituições sociais e a sociedade, são camufladas por políticas públicas ditas como eficazes e qualitativas. Por não termos princípios pautados no respeito e justiça, tem-se vivido um aumento crescente da violência em todas as esferas sociais, inclusive nas escolas, por não termos uma política pública realmente compromissada com o desenvolvimento educacional dos cidadãos.  
           

Referências Bibliográficas

FREIRE, Paulo. A Pedagogia do Oprimido.  Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
FREIRE, Paulo. Educação e Mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
MORAIS, Maria de Lourdes Cysneiros de. Relações interpessoais na formação do educador: uma visão psicopedagógica, fev. 2007.
MORIN, Edgar. A cabeça bem-feita: repensar a reforma, reformar o pensamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
STIVANIN, TAÍSSA. Diretor fala sobre 'Entre os Muros', filme indicado ao Oscar que retrata nova sociedade francesa. UOL: 2009.  Disponível em:< http://cinema.uol.com.br/oscar/ultnot/2009/01/30/ult4332u980.jhtm>

São João em Zabelê!








Eu sei que estou atrasado, mas não poderia deixar passar um momento tão especial como este, o São João da Escola Municipal Maria Bezerra da Silva.
Desenvolver atividades que valorizam aspectos culturais de nossa terra é algo que realmente nos dá prazer. Pois, observar e sentir a alegria das pessoas durante as manifestações e expressões culturais nos ajuda a reconhecer a importância do nosso trabalho enquanto formadores de sujeitos cidadãos.
O currículo cultural transborda sentimentos e sensações que nos remete a uma percepção identitária que poucas vezes, é evidenciada com tanta subjetividade. As fotos, revelam um pouco desta magia.